20 de outubro de 2015

Porque de amor vivemos...



Soneto a Quatro Mãos

"Tudo de amor que existe em mim foi dado.

Tudo que fala em mim de amor foi dito.
Do nada em mim o amor fez o infinito
Que por muito tornou-me escravizado.

Tão pródigo de amor fiquei coitado

Tão fácil para amar fiquei proscrito.
Cada voto que fiz ergueu-se em grito
Contra o meu próprio dar demasiado.

Tenho dado de amor mais que coubesse

Nesse meu pobre coração humano
Desse eterno amor meu antes não desse.

Pois se por tanto dar me fiz engano

Melhor fora que desse e recebesse

Para viver da vida o amor sem dano."

20 de Outubro - Dia do Poeta

7 de outubro de 2015

Aquilo que nunca morre...


'Uma viúva, chorando, foi visitar Buda. Seu único filho havia morrido. Buda sorriu e lhe disse: - Vá até a cidade e peça sementes de mostarda, mas deve ser em casas onde ninguém tenha perdido nenhum ente querido. A mulher rapidamente foi até a cidade e começou a bater nas portas. Em todas as casas lhe diziam: "Podemos lhe dar quantas sementes quiser, mas a condição não será cumprida, porque muitos parentes morreram nesta casa". Mas ela não desistia. "Deve haver alguma casa onde a morte não seja conhecida", pensou. Ao entardecer, exausta de tanto caminhar e bater nas portas, compreendeu que "a morte é parte da vida. Não é pessoal. Não é uma calamidade pessoal que só tenha acontecido comigo". Com esse entendimento, voltou a Buda. Ele lhe perguntou: - Onde estão as sementes? Ela sorriu e apenas desejou conhecer o sentido imortal da vida. “Não peço para recuperar meu filho, porque mesmo que pudesse recuperá-lo, ele morreria novamente.” Quero aprender a encontrar dentro de mim mesma isso que nunca morre.'

Este conto foi extraído de um pequeno livro intitulado “Contos da Índia”, e ele nos faz perceber o quanto somos iguais em sofrimento, mas também no que é eterno: nossa essência imortal, o fôlego de vida espiritual, aquilo que motiva legitimamente nossa vida terrena. E essa significação é pessoal, pode representar o seu conteúdo sagrado, o que te preenche: sua fé, seu Deus, ou sua busca filosófica, sua missão, seu sonho... Cabe a cada um de nós descobrir “aquilo que nunca morre”. Porque é ali que o sentido reside e faz pulsar sua existência. Tudo mais é mortal, mas indispensável a quem compreende sua importância para a vida! Basta reconhecer que até mesmo a semente precisa morrer para brotar e dar origem a uma nova planta, com flores e frutos. 

Tenha certeza de que existe um lugar de vida onde você irá descobrir as suas melhores sementes. Encontre-o, e subsista com mais esperança, sorrisos e paz! 

Namastê
Ellen Valéria Franco
(Especial para Plenitude Yoga)